Comissão Especial discute situação de famílias de crianças com microcefalia
Para debater os principais obstáculos enfrentados pelas famílias dessas crianças no Estado, a Comissão Especial de Acompanhamento aos Casos de Microcefalia em Pernambuco realizou audiência pública, ontem (13), presidida pela deputada Socorro Pimentel (PSL), para colher relatos que vão subsidiar o relatório do colegiado.
Mãe de Guilherme, bebê com microcefalia, Germana Soares, que integra a União das Mães de Anjos (UMA), classificou como “humilhante” a situação a que são submetidas as famílias. “Nós realizamos os exames em nossas crianças, mas ficamos sem acesso aos laudos, que dão direito ao recebimento de remédios.
Não posso dizer para o meu filho esperar a boa vontade das pessoas, porque as convulsões não esperam e, enquanto isso, ele sofre”, lamentou. Ela também questionou o que levou Pernambuco a ser o Estado com maior número de casos notificados e confirmados de microcefalia.
Fundadora da Aliança das Mães e Famílias Raras (Amar) e mãe de Pedro Henrique, que tem a síndrome de Cri-Du-Chat, Pollyana Dias afirmou que a microcefalia sempre existiu. “Temos a situação de pessoas com outras deficiências – cerca de 27% da população do Estado, que também sentem a falta de políticas públicas”, completou.
Vice-presidente da Amar, Daniela Rorato fez um apelo ao Parlamento estadual em defesa da aprovação de uma lei que reconheça as mães dessas crianças como profissionais cuidadoras, atribuindo a elas remuneração.
“A maioria dessas mulheres é cuidadora 24 horas por dia, precisando ainda ser chefe de família. Estatísticas revelam que 70% das mães de filhos com deficiência são abandonadas pelos maridos”, argumentou.
Ao final da audiência, a presidente do colegiado, Socorro Pimentel (PSL), garantiu que a Comissão levará todas as demandas das famílias ao Governo do Estado por meio de relatório, e também dará um retorno à sociedade.
“Faremos isso para que a atuação desse colegiado não se resuma a palavras apenas. Para que se concretize em ações”, declarou.
Com a maioria dos casos concentrados na região Nordeste, o Ministério da Saúde já confirmou o nascimento de 1.113 bebês com microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso no País.
Os dados integram o mais recente boletim epidemiológico – divulgado pelo órgão nessa terça (12) , que contabiliza os casos desde outubro do ano passado. Pernambuco permanece no topo do ranking, com 312 ocorrências confirmadas, em 95 municípios. Esse número representa 28% dos casos no Brasil.
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