O Imperador da Dudulândia guenta o rojão?


O neto do mito estica a corda nos horizontes da sucessão presidencial. Com 2,7 por cento do PIB nacional, até que ponto a Dudulândia terá infantarias e artilharias para proclamar a independência em relação ao Palácio do Planalto?

O neto do mito aguenta o rojão? Quantas divisões tem o Papa da Dudulândia?

Nos tempos de antanho o governador biônico Marco Maciel se comportava feito um cordeirinho diante do general-presidente Ernesto Geisel. Se Geisel dissesse “pau é pedra”, Maciel repetiria “pau é pedra”. Mas o centralista Geisel nunca priorizou o Nordeste nem Pernambuco. Aqui mandou construir a barragem de Tapacurá, uma bênção para livre a cidade de Recife das cheias do rio das capivaras.

O governador Roberto Magalhães sempre foi muito brabo e ficou invocado quando o presidente João Figueiredo (aquele que gostava mais de cheiro de cavalo que de cheiro de gente) nomeou para a Sudene um rapaz do PMDB chamado Dorany Sampaio. Bob Magal disse que não admitia governo paralelo. Tô nem aí, respondeu João.

Naqueles idos o PDS (sucessor da Arena e antecessor do PFL) e o PMDB se odiavam, pelo simples fato de a antiga Arena ter apoiado o glorioso movimento militar de 1964, que ouviu a voz das ruas e livrou o Brasil de uma ditadura comunista tipo cubana-soviética-albanesa-cambojana. Claro que não defendo os crimes da ditabranda, porque não sou doido nem despudorado.

Eu sou um bicho-grilo politicamente incorreto e invocado, vacinado contra a gripe dos velhinhos, contra hepatite e também contra as patrulhas ideológicas. Se a caterva vermelha não gostar, que se exploda.

O mito não gostava dos marimbondos de fogo de Ribamar Sarney, mas era manhoso, não batia de frente. O mito digeria ideologia e, principalmente, poder. Nisso as duas raposas se entendiam. Naqueles idos o neto do mito ainda era aprendiz de feiticeiro.

Joaquim, o filósofo de Macaparana, encarou pela proa Fernando Collor e Itamar Franco. Era adepto daquela filosofia de que “a vida é um sutiã, meta os peitos”, mas nunca meteu os peitos para encarar os donos do poder do Altiplano Central.

Aquele cabra raivoso não gostava do filho de Dona Lindu, mas teve q aturá-lo, porque potência é potência.

Tanto q duplicou a BR 232 com o dinheiro de privatização da Celpe.
 
O sociólogo Fernando Henrique, vaidoso, conhecia Pernambuco de passagem pelo Aeroporto dos Guararapes. Tomava uma água de coro e seguia viagem para fazer palestras pelo mundo afora. Certa vez em temporada eleitoral, usou um chapéu de vaqueiro e imaginou ser um capacete de astronauta. Investimentos públicos para Pernambuco na era FHC, só umas migalhas para Suape, nada além.

Nestes tempos recentes, encontrado o campo já lavrado em administrações anteriores, o sapo vermelho e o Imperador da Dudulândia formaram uma dupla dinâmica em favor de Pernambuco.

Verdade é que houve um ciclo virtuoso de obras e investimentos, embora não suficiente pra redimir nossas seculares misérias sociais.

Dilma continua explorando a derivada positiva. Se houver rompimento, as retaliações são previsíveis, ninguém queira duvidar.

Dudu começou a provar o veneno mortífero dos sapos vermelhos.
Entonces, repito meu refrão: Dudu guenta o rojão?

A fábula do leão do Norte é muito bonita para fazer discursos na Academia Pernambucana de Letras ou para enredo de escolas de samba. Se você disser falar no tal “dinheiro azul e branco” pros cabras do Banco Mundial, eles vão rir e achar apenas folclórico.

Este papo de “nova Roma de bravos guerreiros”, leão do Norte, “Pernambuco libertário” isto é bonito nos livros de história e nas letras dos hinos ufanistas, para lembrar os tempos heroicos de Frei Caneca.

Mas, na prática do presidencialismo imperial a melodia é outra.
Se fosse o papaizinho eu preferia ser senador, porque o emprego é maneiro e o lugar é certeiro. Mas, cê que sabe, Dudu, se tem natureza para encarar a onça e os amigos da onça.

O Imperador da Dudulândia guenta o rojão?

E eu sou pequenininho do tamanho de um tostão.

José Adalberto Ribeiro

Fonte: Blog do Magno

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