De raposas, meio ambiente e caronistas
Abriu-se uma frente de discussão entre os militantes da "Rede-sustentabilidade" sobre a natureza "vulpina" dos políticos do PSB. Para alguns, o futuro partido de marina Silva não devia se coligar ou apoiar velhas raposas políticas, sob pena de perder a credibilidade e comprometer seus ideais (se eles forem para valer mesmo). Certamente, a crítica tem em mente o recente apoio que a ex-senadora hipotecou ao governador de Pernambuco, que de anjo ou cordeiro não tem nada.
Se fosse para usar a conhecida fábula de Nietzsche sobre os cordeiros e o lobo, naturalmente já se saberia nesse "casamento suspeitoso" quem seria o lobo e os cordeiros. O problema é que o filósofo alemão justificava o inclinação "vulpina" do lobo, não achando nenhum pecado, nenhuma irregularidade nesse tipo de comportamento. Dizia ele, e natureza do lobo atacar o cordeiro e ele não pode ser contra a sua natureza.
A questão aqui é quando o lobo se veste de cordeiro e se faz passar por um ardoroso defensor da questão ambiental entre nós. Não haveria maior impropriedade política do que apresentar alguém já denominado "o anticristo da natureza", como o adepto da preservação do meio-ambiente e sua biodiversidade.
Alguém que defende o uso da energia nuclear, como energia limpa, que trouxe para o estado geradores de energia a base de óleo Diesel, que entregou alegremente a empresas montadoras internacionais reservas e reservas do manguezais para a construção de veículos automotores, que decapitou o partido verde, cooptando seu presidente e diretores de Ongss ambientalistas, que entregou o comando da política ambiental ao secretário-executivo da CPRH e permitiu a construção de grandes empreendimentos comerciais sem o chamado reia-ima em áreas de interesse social.
Uma pessoa como essa, pode ser tudo, menos ambientalista. Quando os militantes verdes se questionam sobre o caráter "vulpino" do presidente do PSB, eles estão carregados de razões. Afinal, esse pacto é o da natureza com a entropia.
Pior na fita é a decisão de Marina Silva em não querer aparecer na chapa majoritária do PSB. Por que? É uma simples carona, sem compromisso, essa entrada no trem-bala do PSB rumo às eleições presidenciais? Não quer se comprometer, arranhar a imagem? Afinal que tipo de apoio, de pacto, de contrato é esse? - Estas manobras só aumentam as desconfianças em torno da decisão tomada pela ex-senadora.
E indicam que da mesma maneira que entrou, ela pode sair na próxima estação, sem pedir licença nem dá aviso prévio. É a carona típica daqueles partidos ou proto-partidos de pouca firmeza ideológica ou programática. Desse tipo de agremiação, o Brasil está cheio
Fonte: Jamildo
Comentários
Postar um comentário