Patriota deixa governo !!! - Relação entre Dilma é Patriota sempre foi conturbada

 
BRASÍLIA - Antônio Patriota não é mais o ministro das Relações Exteriores. A saída dele do cargo foi confirmada nesta segunda-feira, 26, pelo porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.
Quem assumirá o comando do Itamaraty será o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, que até agora era o representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), informa o Palácio do Planalto. Patriota, por sua vez, irá para a representação junto à ONU. Segundo Traumann, a presidente Dilma Rousseff agradeceu o empenho do ministro Patriota e o indicou para o cargo na ONU.

Patriota deixa o cargo após o episódio envolvendo a chegada ao Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava na missão diplomática do Brasil em La Paz desde maio de 2012. Pinto Molina chegou ao Brasil no último sábado, 24, após uma viagem de 22 horas em veículo diplomático brasileiro. O caso gerou impasse entre Brasil e Bolívia. Pinto Molina é opositor do presidente Evo Morales.

Relação entre Dilma é Patriota sempre foi conturbada
  
A relação entre o ex-chanceler Antônio Patriota e a presidente Dilma Rousseff nunca foi tranquila. Secretário-geral sob Celso Amorim, Patriota foi indicado à presidente pelo atual ministro da Defesa. Dilma, que nunca teve muito apreço pela diplomacia, gostou do perfil discreto e contido do embaixador mas, em pouco mais de dois anos e meio, não foram poucas as vezes em que entrou em crise com seu chanceler.
A maior delas possivelmente foi a entrada da Venezuela no Mercosul, feita à revelia do Itamaraty. Apesar de concordar com a suspensão do Paraguai, Patriota foi contrário a que se usasse a suspensão para incorporar os venezuelanos. Dilma, no entanto, conseguiu um parecer da Advocacia Geral da União e mandou tocar adiante a operação. O ministro passou meses defendendo uma ação que desaprovava nos bastidores da diplomacia.
Durante a Rio+20, a presidente e o chanceler tiveram outro atrito. Apesar de ser a anfitriã, Dilma, que estava na reunião do G20, no México, não queria fazer o discurso de abertura do encontro no Rio. Auxiliares próximos puderam ouvir a discussão dos dois, por telefone. A presidente terminou por discursar.
Outra crise aconteceu pouco depois do início da guerra civil na Síria. A delegação brasileira havia sido a principal negociadora de uma nota mais dura - "com dentes", como disseram alguns diplomatas - mas, antes de aprovar a votação, a presidente quis saber como votariam os demais membros do Conselho de Segurança. Ao saber que não havia unanimidade, mandou a missão brasileira se abster, o que causou enorme irritação entre os diplomatas.

Há cerca de um ano, Patriota era dado como "demitido" por auxiliares da presidente. Pouco afeita às firulas da diplomacia, a presidente se irritava com questões levadas pelo chanceler e via pouca utilidade em algumas das viagens que Patriota insistia que ela fizesse. Ainda assim, tinha dificuldades de encontrar um substituto.
Dilma aceitou pedido de demissão de Patriota, diz nota
A Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou nota à imprensa sobre a saída do ministro Antônio Patriota do comando do Ministério das Relações Exteriores.

"A presidenta Dilma Rousseff aceitou nesta segunda-feira, 26, o pedido de demissão do ministro Antônio de Aguiar Patriota e indicou o representante do Brasil junto às Nações Unidas em Nova York, embaixador Luiz Alberto Figueiredo, para ser o novo ministro das Relações Exteriores", cita a nota.

"A presidenta agradeceu a dedicação e o empenho do ministro Patriota nos mais de dois anos em que permaneceu no cargo e anunciou a sua indicação para a Missão do Brasil na ONU", destaca o texto.

Políticos falam de saída de Patriota nas redes sociais

Políticos usaram o Twitter para comentar a saída de Antônio Patriota do Ministério das Relações Exteriores. Em sua conta na rede social, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) classificou o episódio envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil como "trapalhada" da diplomacia brasileira. "Depois da trapalhada, alguém tinha que ''dançar'', né?", comentou o petista.
O tucano Xico Graziano revelou ter gostado da nomeação de Luiz Alberto Figueiredo Machado para o lugar de Patriota. "Sai Patriota, entra Figueiredo. Gostei da troca. O novo chanceler é competente, educado, não ideológico, ligado na sustentabilidade", resumiu.
O deputado Roberto Freire (PPS-SP) não demonstrou surpresa com a saída de Patriota. "Há tempos que ele estava para ser demitido. Ela (Dilma) aproveitou o desmantelo do Itamaraty no episódio do asilo dado ao boliviano", afirmou.

Fonte: Estadão

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