Padre Jorge, prefeito de Iati: “Eu também fui tentado ao pecado. Fui chamado ao Palácio”
Padre Jorge, prefeito de Iati: “Eu também fui tentado ao pecado. Fui chamado ao Palácio”
Prefeito recebeu proposta de recursos públicos para deixar apoio a Armando Monteiro. Já o gestor de Canhotinho, do DEM, aderiu ao petebista com discurso duro: “Não sou mercadoria, não me vendo”
Garanhuns – Prefeitos e lideranças do Agreste, reunidas neste domingo (4), em Garanhuns, fizeram questão de explicitar para uma plateia de mais de 400 lideranças da região como é que o Governo de Pernambuco tem sido utilizado para beneficiar, com recursos públicos, o candidato oficial na sucessão estadual. Segundo eles, os prefeitos pernambucanos têm sido chamados para reuniões com o objetivo claro de cooptação. São oferecidos recursos para obras e investimentos nos municípios. Em troca, cobra-se o apoio a Paulo Câmara.
“Eu fui também tentado ao pecado (aplausos). Fui chamado ao Palácio e disseram: ‘Padre, as máquinas, os carros-pipa que estão lá (no município), vão tudo pedir de volta’. Mas eu disse: ‘Eu não posso ser infiel a quem foi fiel comigo todo o tempo. Então, em nome do povo de Iati e do Agreste, declaro nosso apoio a Armando, ao nosso futuro governador de Pernambuco”, revelou publicamente o padre Jorge de Melo Elias, prefeito do município de Iati.
“E quero parabeniza-lo, senador, por todo o trabalho que está realizando por Pernambuco e pelo Brasil. A gente fala com o pessoal do comércio e tenho certeza, Armando, do apoio de todo o comércio do Agreste Meridional ao senhor”, acrescentou o padre prefeito.
Presente ao evento para reafirmar seu apoio a Armando, o prefeito de Canhotinho, Felipe Porto, que é do DEM, foi um dos mais enfáticos, condenando o uso eleitoral da máquina pública: “O pessoal do governo do Estado tem procurado os prefeitos oferecendo dinheiro, oferecendo recursos dos cofres do governo do Estado com o intuito de o prefeito passar pro lado do governador. Mas, falo como prefeito de Canhotinho, não me vendo, não tenho preço, não sou mercadoria”, disse Porto. “Estou com o senador Armando Monteiro porque sei que é o melhor pra Pernambuco. Ele não é apadrinhado de ninguém. Armando tem um nome por si só, todo mundo sabe o trabalho dele. João Paulo tem história, foi o melhor prefeito do Recife”, ressaltou.
Anfitrião do encontro, o prefeito de Garanhuns, Izaias Régis (PTB), tratou como desespero esse processo de cooptação com uso de dinheiro público, inclusive da exibição de prefeitos e vereadores como troféus:. “Eles estão desesperados. Chegaram aqui neste hotel, na semana passada, na quinta-feira, ficaram aqui hospedados mandando oferecer vantagens. Foram a Caetés, ao nosso prefeito Armando Duarte (PTB), prometer a ele o que não podem dar. Armando Duarte disse não. Aí chama outro prefeito, chama o vereador para bater uma foto, prometendo fazer um hospital municipal em Jucati, mas Pernambuco não pode e não deve conviver com esse tipo de política. Nós temos que mudar. Eles estão dizendo que vão fazer a nova política, mas por trás estão fazendo a velha política”.
Também presentes no evento, o deputado estadual Silvio Costa Filho e o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco Romário Dias se somaram ao coro dos críticos às práticas de cooptação. “A gente aqui não está querendo comprar a consciência de ninguém. O lado de lá é que está desesperado. Mas quando o povo quer, não tem jeito”, afirmou Silvio. “Eles sabem que Dr. Miguel Arraes, onde ele estiver, não daria guarida ao que está acontecendo em Pernambuco, não. O que está acontecendo em Pernambuco é o toma lá, dá cá”, registrou Romário.
Ao final do evento, o senador Armando Monteiro cobrou que todos os municípios de Pernambuco recebam o apoio que está sendo dado apenas aos prefeitos do PTB: “Não nos iludamos, essa é uma luta dura. Já deram aí demonstrações de como irão atuar nesta eleição. Eu falei numa bolsa-eleição, tinha apenas o FEM e agora tem o ‘VEM’. Mas não importa. O que precisamos saber é, se há dinheiro para dar uma assistência extraordinária aos prefeitos do PTB, por que não conceder aos outros? Por que premiar só os infiéis?”.
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