Armando Monteiro declara apoio à reeleição de Dilma Rousseff e PTB se distancia do "eduardismo"
Armando Monteiro foi direto. Posicionou-se como nem mesmo petistas fizeram.
Aliado, mas em processo de afastamento do governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), diz que está com a presidente Dilma. Ela é candidata à reeleição.
Com a declaração, o senador, que é presidente do PTB em Pernambuco, mostra que o seu partido caminha para romper com a aliança comandada por Eduardo.
Em matéria da repórter Aline Moura, publicada nesta sexta no Diário, Armando deu o seu recado. Veja:
O senador Armando Monteiro Neto, cotado como candidato do PTB ao governo do estado, revelou, ontem, apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
A resposta incisiva do parlamentar – num momento em que a maioria das lideranças políticas esconde as cartas -, foi dada um dia depois de o PSB, liderado pelo governador Eduardo Campos, entregar os cargos que tinha no governo federal e se dizer livre para lançar ou não um palanque presidencial.
Segundo Armando Neto, o PSB entregou os cargos, mas não lançou a candidatura de Eduardo ao Palácio do Planalto. Isso significa, para ele, só haver um nome concreto discutido na base aliada.
“Se você me perguntar se eu sou azul ou vermelho, eu respondo porque não sou homem de tergiversar. Eu estou na base de Dilma no Congresso e se ela é candidata à reeleição, está clara a realidade. Estou do lado dela”, afirmou, ressaltando que o governador ainda não é presidenciável e permanece na base dilmista no Senado e na Câmara Federal.
A declaração contundente de Armando chega num momento de fragilidade do PT estadual, dividido entre entregar ou não os cargos que possui no governo Eduardo e na gestão do prefeito do Recife, Geraldo Julio.
O petebista faz parte da base do governador, em Pernambuco, mas vem demonstrando desconforto com posições externadas por socialistas em reserva – nas quais nunca é citado como candidato ao Palácio das Princesas e ainda é rotulado de “usineiro”.
No mês passado, Armando se reuniu com o senador Humberto Costa e João Paulo, ambos do PT, para debater 2014.
A preferência externada de Armando pelo “vermelho”, portanto, não vem sem contexto. Ele mesmo admitiu que o passo dado pelo PSB na última quarta-feira “iniciou uma nova dinâmica”, inclusive na sua sigla.
Mas essa dinâmica já vinha sendo ensaiada no PTB. Recentemente, Armando também recebeu críticas do PSB por “antecipar” o debate eleitoral e seus aliados reagiram no mesmo tom, frisando que os socialistas faziam o mesmo, mas sem admitir.
Diferentemente da clareza de Armando, no PT, a divisão continua. O presidente estadual, Pedro Eugênio, ligou para todas as lideranças petistas, ontem, para marcar uma reunião e decidir o futuro da sigla no estado antes da próxima terça-feira.
Mas ele vem ressaltando não ter pressa. Enquanto isso, o secretário de Transportes do estado, Isaltino Nascimento, e o de Cultura, Fernando Duarte, ainda esperam um direcionamento da sigla petista para saber se entregam ou não os cargos a Eduardo.
Saiba mais
Confira os possíveis cenários para a disputa do governo, em Pernambuco, caso o governador Eduardo Campos saia candidato à Presidência da República
Cenário 1
Eduardo Campos sai candidato a presidente pelo PSB. Em Pernambuco, o gesto significaria rompimento com o PT, pelo menos no 1º turno, e deixaria a legenda petista livre para lançar candidato próprio, o que é mais difícil, ou apoiar a campanha do senador Armando Monteiro Neto (PTB)
Cenário 2
Eduardo Campos não sai candidato a presidente pelo PSB e apoia a reeleição de Dilma Rousseff. Em Pernambuco, levaria o PT a apoiar, incondicionalmente, um nome do PSB para a disputa do governo do estado. Se não for candidato a presidente, Eduardo dificilmente abre mão do governo para um aliado. A situação de Armando ficaria difícil
Cenário 3
Eduardo Campos não sai candidato a presidente e alia-se ao PSDB. O senador Aécio Neves não descarta esse cenário. Nesse caso, em Pernambuco, o PSDB estadual se aliaria ao PSB e apoiaria o candidato de Eduardo ao governo, já que não tem um quadro natural. O PT ficaria em campo oposto e, mais possivelmente, apoiaria Armando Monteiro Neto.
Fonte: DP
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