“Eduardo Campos me deve em termos de correção moral, de caráter, de decência”
Ciro diz que PSB descambou para o acanalhamento: “Eduardo sabe que me deve em termos de correção moral, de caráter, de decência”
Escrevi na coluna Diário Político desta quinta-feira (26.09) – e publiquei aqui no Blog – que o PSB computa perdas e ganhos nesse processo de derrubada de dissidências para a construção do palanque de Eduardo Campos.Um dos prejuízos mais visíveis são as críticas dos que estão sendo empurrados para fora do PSB, como é o caso dos irmãos Ciro e Cid Gomes, este governador do Ceará.
Ciro, dono de uma eloquência sem igual, vai na jugular sempre que sofre um revés no jogo político. Não faz cerimônia e transforma a língua metralhadora.
Insatisfeito com a atitude de Eduardo, que convidou o principal oponente de Cid, deputado estadual Heitor Ferrer (PDT) para presidir o PSB cearense.
Nesta quinta, o Diário traz matéria tratando da reação dos Gomes à estratégia que os obriga a deixar o PSB:
Saída barulhenta dos irmãos Gomes do PSB
O ex-ministro da Integração Nacional e secretário de Saúde do Ceará, Ciro Gomes, não economizou nas palavras para condenar a atitude do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que comandou o desembarque do partido socialista do governo Dilma Rousseff.
“Não precisava descambar para o acanalhamento definitivo. Deveria ter um mínimo de compostura”, afirmou, no início da tarde de ontem (quarta, 25), na sede do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, onde participou de um seminário sobre infraestrutura.
Também contribuiu para azedar de vez o humor dos irmãos Gomes a atitude de Campos de convidar a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT) para se filiar ao partido. A petista é desafeto de Ciro e de Cid, governador do Ceará.
Para Ciro Gomes, ao definir que o PSB entregaria os cargos federais, Campos agiu “de forma truculenta” e com “falta de respeito”.
“É preciso ter um mínimo de dignidade. Eduardo sabe que me deve em termos de correção moral, de caráter, de decência”, disparou.
Ciro afirmou ainda que seu irmão foi franco ao dizer ao colega pernambucano que a provável candidatura dele ao Palácio do Planalto não seria oportuna.
“Agora que o partido participa com dois ministérios e as vantagens inerentes de estar no governo, apresenta candidatura para quê?”, criticou o ex-ministro, que completou:
“O PSB tem seis governadores. Qual vai dar palanque exclusivo para Eduardo? Olha que pergunta constrangedora”, disse, referindo-se aos acordos regionais com outros partidos.
Os integrantes do PSB cearense se reúnem hoje, em Fortaleza, para sacramentar a saída em bloco da sigla.
Os Gomes e seu grupo político querem continuar apoiando Dilma Rousseff e devem levar com eles 38 prefeitos, 10 deputados estaduais e quatro federais no Ceará, além de mais de uma centena de vereadores.
Entretanto, ainda não foi definido para qual partido o grupo vai.
Promessa - O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado José Albuquerque, vieram ontem a Brasília para entregar o pedido de desfiliação do PSB.
O prefeito ainda levou recado de Cid Gomes, para que Eduardo Campos honre a promessa que fez por telefone, na segunda-feira, de não questionar na Justiça, com base na lei da fidelidade partidária, a desfiliação dos políticos que têm mandato.
Ao ser questionado sobre as alfinetadas de Ciro, o governador de Pernambuco desconversou.
“O partido está num momento feliz. A decisão foi tomada de forma madura”, limitou-se a dizer, referindo-se à entrega dos cargos no governo federal.
Campos negou que a decisão sobre a candidatura própria esteja tomada e assegurou que a eventual saída do grupo cearense do partido será tratada com tranquilidade e com diálogo “fraternal”.
Segundo ele, não há a intenção da direção nacional de ir à Justiça cobrar o mandato de quem se desfiliar.
Fonte: DP
Comentários
Postar um comentário